terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A CALÇADA E EU, EU E A CALÇADA.


 Eu tenho um apego muito grande à calçada. É nela que eu e quase os 7 bilhões de habitantes que existem no planeta andam todo o dia. Tem uma coisa que eu gosto de fazer que é: andar por lugares do meu bairro que eu ainda não conheço, pois eu sou muito curioso e amo descobrir novos lugares. Quando eu não tenho nada para fazer eu desço as escadas do meu prédio e vou andando por aí no meu bairro, até que eu chegue em uma rua que eu não conheça.Quando eu chego nessa rua eu tento ir analisando o local(gosto de ver se a empresa de segurança é a mesma,a marca que eu mais vejo é a Haganá, que tem uma estrela de david no logotipo... também procuro ver se tem bastante área verde , muito tráfego e essas coisas).  Depois de analisar o local, volto para casa. Acho incrível a  rua e a calçada pois como tem muitas pessoas andando com características muito diferentes você pode olhar para cada um e pensar no que ela esta pensando e o que ela acha de mim , se ela esta triste ou feliz, se esta motivada ou desmotivada e essas coisas.
  Para escrever esta crônica eu fui andar por aí no meu bairro, peguei meu bloquinho de anotações e parti para uma "grande "caminhada. 




Saí de casa, eram mais ou menos 9:30 da manhã de uma terça feira fria, uma coisa pouco comum já que moro em São Paulo e a temperatura é normalmente quente. Abri os portões do prédio e fiquei exposto para a linda e memorável rua, onde muitos milhões de carros passam por dia... Cumprimentei o segurança que fica em um restaurante do lado da minha casa e fui até o farol para atravessar a rua. Olhei para os dois lados, e passei tranquilamente. Chegando ao outro lado da rua, se encontra o Parque Buenos Aires. Entrei no parque, haviam folhas amareladas esparramadas pelo chão, a cor delas era linda um tom de amarelo vivo e bem nítido. Peguei delicadamente  uma das folhas  para que não quebrasse ou rasgasse, peguei uma pasta da minha mochila e a coloquei lá, fechei a mochila e continuei andando. 
       Havia duas mulheres de idade de aparentemente 74 anos, sentadas em um banco de madeira conversando, imaginei que elas estaria conversando sobre netos, que é uma das coisas que os mais velhos mais apreciam. Me aproximei para tentar ouvir o que as duas estavam falando, as velhas começaram a olhar um pouco estranho... Continuei tentando me aproximar e consegui ouvir, mesmo que muito baixinho a mulher do lado esquerdo falar em inglês:
- This boy is strange...

     Saí de lá, pois o guardinha do parque já estava olhando para mim estranho e me distanciei das mulheres Européias ou Americanas já que existem vários países que falam inglês no mundo. Cheguei na Avenida angélica, muitas pessoas andando e olhando para meu caderninho estranhando. Eu estava pensando no que eles estavam achando de mim. Eu achava que eles pensavam " o que esse garoto quer fazer com esse caderdo " ou alguma outra coisa. Comecei a fazer um exercício de descrição de pessoas automático, então quando passava alguém eu dava uma espiadinha e fazia uma descição dessa pessoa. Eu descrevia o modo que ela estava andando como : Acelerado(provavelmente apressado por estar atrasado em algum compromisso) tranquilo( de boa com a vida curtindo o ar livre ouvindo música. Reparei na altura mais ou menos e na idade das pessoas que passavam na rua também normalmente as idades variavam de 15 a 40 anos. Eu também reparei nas crianças pequenas com suas empregadas, conversando com os amigos, super felizes e sorridentes, elas me alegram e tiram de mim um grande sorriso... 

     Chego na avenida Higienópolis, a rua do shopping Higienópolis, lá vejo alguns adolescentes andando em grupos, quase todos mexendo em aparelhos eletrônicos. Tenho pavor de usar celular na rua pois não quero ser possivelmente assaltado... Isso me assusta, pois já ouvi histórias horríveis que já aconteceram... Fui para o lado esquerdo da avenida, atravessei a rua, olhando para os dois lados novamente. Desci a avenida e vi um prédio lindo na rua General Jardim(uma rua que eu não conhecia ainda). O prédio devia ter 6 andares,  os pilares feitos de pastilhas vermelhas me intrigaram e o brilho que elas faziam também. Os apartamentos tinham janelas grandes o prédio tinha era todo de pastilhas. Andei mais um pouco e parei para ver um chachorro, era um golden Retriever.
Depois perguntei para a mulher:
- Qual é o nome dessa cachorro?
- é Sophie, é uma cadela de 3 anos- respondeu a mulher carinhosamente.
- E..., para que serve esse caderno na sua mão?.
- Ahh, estou anotando algumas coisas pelo caminho.
- Que legal- ela respondeu

      Nos despedimos e eu continuei descendo, até que dei de cara com uma biblioteca. O nome era Biblioteca Monteiro Lobato e quis entrar para ver. Era bem grande e só pude ver a área infantil. Entrei e vi livros clássicos que fizeram parte da minha infância, como os aclamados: Reinações de narizinho, gibis da turma da mônica,  Chapeuzinho vermelho entre outros clássicos... Fiquei lá pelo menos uma meia hora vendo as estantes da biblioteca. Já eram 11:00 e era hora de voltar para casa,para almoçar e depois ir para a escola. E foi assim que eu descobri essa Biblioteca, andando por aí, pelas ruas... em minha jornada de reconhecimento do Bairro.
      

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Linda sua crônica, Marc! Adorei.
    Algumas questões de linguagem, para você arrumar:
    haver no sentido de existir é sempre no singular, troca.
    analisando, com s.
    e acho que é isso. fiquei muito feliz com as suas descobertas do bairro!
    parabéns,
    Luana

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  3. Ah! e a gente tem apego À alguma coisa, não COM alguma coisa.
    :-)

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