domingo, 22 de fevereiro de 2015

4 HORAS DE ESCURIDÃO

      Era para eu escrever uma crônica sobre a minha ida para a escola, e era para olhar bem o trajeto, escrever detalhadamente o que via e para observar as pessoas que andavam na rua. Como no dia que eu escolhi para fazer esta crônica sobre a rua, não aconteceu nada de interessante e ia ficar um texto entediante, eu decidi escrever sobre uma coisa muito mais interessante que aconteceu comigo no feriado do carnaval no clube SPAC e que é bem semelhante com essa proposta da Luana mas não é na rua e nem no trajeto para a escola.
      Bem, era mais um dia normal de carnaval, naquela preguiça e deitado na cama lendo quadrinhos, quando meu Pai e minha Mãe decidiram que íamos no clube naquele dia. Me levantei da cama, me espreguicei, tirei meu pijama e coloquei uma roupa esportiva: Chuteira, shorts, e uma camiseta do time do coração que no caso é o Santos F.C . Peguei a faixa para prender o cabelo, pois meu cabelo é comprido, desci de elevador até o térreo e entrei no carro. O clima era bom, família feliz indo pro clube, parecia propaganda de Margarina onde todos estão felizes.
     Chegando no clube, fui ao vestiário pegar as raquetes de tênis que estavam no armário, eu peguei a minha e meu pai a dele, também pegamos as bolas de tênis que estavam bem no fundo do armário. Trancamos o armário e fomos para a quadra jogar tênis. Estava tudo certo, o jogo fluído, tinham até pessoas olhando eu e meu pai jogarmos. Como eu disse estava tudo certo até então quando, eu fui me posicionar para rebater a bola e não sei como ela bateu no meu olho com toda a força. Fiquei meio sonso, coloquei a mão no olho, estava doendo muito, fui até um banquinho que tinha ali perto e me sentei. Meu pai disse.
- Marc, ta tudo bem??
- Sim - eu respondi
Tentamos voltar a jogar, mas a dor no meu olho direito não deixava.. Depois de um tempo meu olho direito não abria mais e para andar necessitava da ajuda de alguém, era como se eu estivesse cego, era horrível. Tomei um sorvete e uma água de coco depois pulei na piscina. Pensei que essa dor era temporária, e depois de 40 minutos ela ainda persistia. Preocupados, meus pais me levaram ao hospital Samaritano, perto da minha casa. Fomos de carro e eu ainda de olho fechado. Chegamos no hospital, saí do carro com ajuda de meu pai, que me levou até a cadeira do pronto socorro.
      O médico me chamou para a sala e novamente meu pai me levou, uma coisa muito interessante que eu descobri enquanto não podia olhar é que quando você está de olhos fechados você começa a inventar o local em que você está. você imagina cadeiras, mesas salas, você faz sua interpretação de um hospital. Eu ia tocando nas coisas para me localizar e ouvia pessoas falando e crianças berrando. Quando se está de olhos fechados, a sua concentração fica só para uma coisa e a minha concentração estava nas vozes e  estava com medo de não bater em nenhuma coisa sem querer pois não enxergava nada. Chegamos na sala o médico mediu minha pressão e viu meus olhos, ele disse. 
-Você consegue abrir os olhos?
-Sim, mas logo em seguida eles se fecham pois doe muito- disse para o médico.
   Logo em seguida ele disse que não poderia nos ajudar e que seria necessário chamar o médico especialista em olhos que é chamado de oftalmologista. Eles falaram que o oftalmologista demoraria 2 horas para chegar e que se a gente não quisesse ficar tinha um hospital só de olhos no bairro Paraíso. 
Não queríamos esperar e fomos embora, fomos para casa jantamos e descobri que a comida é muito mais gostosa quando é possível vê-la. Quando você vê a comida ela tem um gosto diferente e de olhos fechados a comida fica menos gostosa. 
     Logo em seguida fomos para esse hospital indicado. Quando chegamos eu ainda estava de olhos fechados e eu ficava perguntando para o meu pai o que tinha na recepção, se eram cadeiras ou bancadas se tinham  muitas pessoas e essas coisas. Ele me respondeu e assim em criei em minha mente o que eu possivelmente veria se estivesse de olhos abertos. Fomos atendidos muito rápido e o oftalmologista falou que eu tinha danificado a córnea, que é uma das camadas do olho. Ele disse que eu tive sorte e que a pancada poderia causar danos mais graves. Ele mediu a pressão do olho colocando um equipamento médico encostado na minha pupila e disse que a pressão era boa. Depois disso ele colocou no meu olho uma lente de contato e depois que ele colocou eu já conseguia enxergar as coisas, um pouco borradas, mas já era melhor do que não enxergar nada.  O DR. passou alguns colírios para passar e fomos embora. Na saída eu fiz questão de comparar a recepção que eu tinha imaginado e a que realmente era. A que eu imaginava era um pouco parecida. Fui para casa aliviado, pois não tinha sido algo tão grave e fui dormir feliz igual como começou o dia.

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